Aquela gig em Piracicaba.
Um Festival supostamente punk.
Num posto de gasolina na beira da estrada.
Um salão/restaurante mezzo “os trapalhões”, mezzo “sala especial”.
O palco era no fundo do restaurante, ao lado do balcão do bar.
A parede atrás da bateria era de azulejo azul.
Prefiro não comentar o banheiro...
O cachorro sem uma perna corre lá fora.
O tio de óculos escuros empurrando um cadeirante entra, e quando tira os óculos não tem um olho.
As bandas eram na maioria emo. Exceto nós, a mais pesada e com certeza a mais doente.
Um punk coroa (o único que parecia realmente punk naquele lugar) balançava o indicador na nossa cara enquanto pogava.
-Só falta o fdp querer treta – eu pensava.
Lembro de tocar meio tenso esperando o maluco dar o primeiro soco.
Mas pensando bem, a tensão só fez o show ser mais cabrero.
Certas bandas se alimentam desse tipo de energia emitida pelo público.
A gente com certeza era uma delas.
E essa nossa banda era realmente explosiva e nervosa ao vivo.
Daí que assustamos os caras fudidamente, como sempre.
Dois de nós fumamos charutos na calçada em frente ao salão.
Pegamos a estrada de volta pra casa de madrugada. Cansados mas felizes.
Quem nos assistia pela primeira vez sempre acabava com cara de quem viu o vô pelado.
Aleluia!
perfeita síntese desse grande baterista que é o meu irmão pericles!
ResponderExcluirparticipe dessa epopeia.
apontaram o dedo na nossa cara.
fizemos o serviço sujo...como de costume.
Muito bom!!!
ResponderExcluirO mais legal que era um restaurante daqueles beira-de-estrada-com-cadeiras-laranja!
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