terça-feira, 28 de setembro de 2010

horrorshow, camaradas!!

Aquela gig em Piracicaba.


Um Festival supostamente punk.

Num posto de gasolina na beira da estrada.

Um salão/restaurante mezzo “os trapalhões”, mezzo “sala especial”.

O palco era no fundo do restaurante, ao lado do balcão do bar.

A parede atrás da bateria era de azulejo azul.

Prefiro não comentar o banheiro...

O cachorro sem uma perna corre lá fora.

O tio de óculos escuros empurrando um cadeirante entra, e quando tira os óculos não tem um olho.

As bandas eram na maioria emo. Exceto nós, a mais pesada e com certeza a mais doente.

Um punk coroa (o único que parecia realmente punk naquele lugar) balançava o indicador na nossa cara enquanto pogava.

-Só falta o fdp querer treta – eu pensava.

Lembro de tocar meio tenso esperando o maluco dar o primeiro soco.

Mas pensando bem, a tensão só fez o show ser mais cabrero.

Certas bandas se alimentam desse tipo de energia emitida pelo público.

A gente com certeza era uma delas.

E essa nossa banda era realmente explosiva e nervosa ao vivo.

Daí que assustamos os caras fudidamente, como sempre.

Dois de nós fumamos charutos na calçada em frente ao salão.

Pegamos a estrada de volta pra casa de madrugada. Cansados mas felizes.

Quem nos assistia pela primeira vez sempre acabava com cara de quem viu o vô pelado.

Aleluia!

3 comentários:

  1. perfeita síntese desse grande baterista que é o meu irmão pericles!
    participe dessa epopeia.
    apontaram o dedo na nossa cara.
    fizemos o serviço sujo...como de costume.

    ResponderExcluir
  2. O mais legal que era um restaurante daqueles beira-de-estrada-com-cadeiras-laranja!

    ResponderExcluir